Poder Legislativo de Getúlio Vargas entrega Prêmio Mulher Cidadã 2022
Após uma pandemia nas dimensões vividas com o Covid, ter impedido, entre tantas coisas, de celebrar as grandes mulheres do município, a gratidão e a emoção estiveram presentes durante toda a Sessão Solene de entrega do Prêmio Mulher Cidadã 2022, promovido pela Câmara de Vereadores do Município, na noite de 12 de maio. O prêmio que é entregue anualmente e está em sua quinta edição, busca homenagear mulheres que tenham se destacado profissionalmente ou prestado trabalhos de responsabilidade social voluntariamente, no âmbito municipal.
No ano de 2021 a solenidade não foi realizada pelo Poder Legislativo. Logo após a entrega do Prêmio Mulher Cidadã em 2020, a pandemia se agravou e medidas mais severas foram adotadas, e a Câmara, sempre priorizando a saúde de seus edis, colaboradores e da comunidade, suspendeu as solenidades e no ano de 2021 e não realizou a entrega deste prêmio. No ano de 2022, retomando essa bonita homenagem, familiares, autoridades municipais e regionais e a comunidade puderam conhecer um pouco mais da história das três homenageadas da noite: Cleonice Teresinha Petroli Forlin, Juliane Lang Piazzeta Giacomazzi e Lorian Ines Zanelato.
A mesa de autoridades foi composta pelo presidente do Legislativo, vereador Dinarte Afonso Tagliari Farias, Prefeito Municipal, Maurício Soligo e homenageadas. Além da mesa, também se pronunciaram, Dinarte, representando a bancada do PP, Dianete Maria Rampazzo Dalla Costa, representando a bancada do MDB, e Sergio de Lima, pelo PTB.
As grandes mulheres
* Cleonice Teresinha Petroli Forlin, filha de Segundo Petrolli e de Severina Joana Brandalise Petrolli. Nasceu em Getúlio Vargas, na antiga serraria Petrolli, depois chamada de Pinheiro Machado e hoje chamada de Navegantes, pertencente ao município de Estação. Tem três irmãos: Lucí Petroli Bau, Adelci Petrolli e Lisete Petrolli Blasczak. É casada com Ulisses Forlin há 50 anos. Tem três filhos: Alexandre, Ulisses Junior (Guga) e Simone. Genro Mauro Brancher Junior e nora Roselaine Ceroni e um neto Henrique Forlin Brancher. Cleonice cursou ensino primário e ginasial na Escola Santa Clara. Curso de contabilidade no Colégio Cristo Rei e curso superior na Universidade de Passo Fundo. A indicação foi da bancada Movimento Democrático Brasileiro - MDB.
Desde muito cedo foi líder estudantil: fundadora do grêmio estudantil José de Alencar na escola Santa Clara em 1962 e Rui Barbosa no colégio Cristo Rei. Foi membro da JEC - Juventude Estudantil Católica e da EGE - Entidade Getuliense de Estudantes de Getúlio Vargas. Teve participação ativa em grupos de teatro e de corais. Participou do 1º grupo de teatro de Getúlio Vargas, com 7 anos, dirigido pelo professor João Carminati. Exerceu os cargos de: professora de português e literatura e de francês, lecionou nas escolas Pedro Herrerias (educação de jovens) na Santa Clara, no Colégio Antônio Scussel e na escola da URI em Getúlio Vargas. Foi diretora da Escola Municipal Pedro Herrerias e vice-diretora do Colégio Estadual Antonio Scussel. Secretária municipal de educação em Getúlio Vargas por duas vezes: de 1986 a 1989; de 1994 a 1997. Presidente Conseme regional por três vezes (Conselho de Secretários Municipais da Amau). Secretária do Conseme Famurs - Porto Alegre. Foi vereadora pelo MDB por três mandatos. Líder da bancada do PMDB na Câmara Municipal por diversas vezes. Presidente da Câmara de Vereadores por duas vezes em Getúlio Vargas. Foi presidente do PMDB de Getúlio Vargas. Presidente de honra do PMDB Mulher de Getúlio Vargas. Cleonice foi autora do projeto de lei "mulher cidadã", que homenageia dezenas de mulheres getulienses, hoje modificado em sua estrutura. É membro fundador do Lar do Idosos, Associação Cultural Santa Clara, Escola de Pais do Brasil em Getúlio Vargas, Comdica, Ageart, MDB Mulher, Conseme Amau, Secretária do Lar da Menina, entre outras muitas atividades em diversas entidades.
“Sou a Cleo, sou a Cleo, com defeitos e qualidades e uma imensa vontade de ser melhor a cada dia”. Sua preocupação com a comunidade continua, em termos de crescimento econômico para que haja mais empregos e que a juventude não precise sair de perto de suas famílias para poderem sobreviver. Também que haja educação de qualidade para todas as crianças e jovens. O que faz ser o que é hoje, e ser uma das homenageadas? Aos seus olhos, o fato de sempre ter tido equipes maravilhosas a quem deve muito de seus acertos. O fato de nunca ter desejado dar passos maiores que minhas pernas. O fato de decidir parar no momento certo e escolher minha família a quem me dedicar neste momento.
* Juliane Lang Piazzeta Giacomazzi, nascida em Getúlio Vargas, em 1968. Primeira filha de Ivan e Sônia Piazzeta, tem um irmão, Giancarlo, que hoje reside em Cuiabá-mt. Se casou em 1990 com André Giacomazzi, com quem tem dois filhos: Giordana e Giovani. Estudou desde o jardim até o ensino médio na eScola Santa Clara, onde cursou magistério. Concomitante cursou técnico em contabilidade na Escola Cristo Rei. Juliane cursou Faculdade de Direito na UPF. Trabalhou por 30 anos na Caixa Federal. Fez Pós Graduação em Direito Processual Civil na URI, e Pós Graduação em Gestão Empresarial na FGV. Sua trajetória em busca do conhecimento segue e atualmente ela cursa especialização em Planejamento Sucessório. Foi indicada pela bancada do Partido Progressista – PP.
Em suas palavras, Juli, como é conhecida pelos mais próximos, sempre gostou do trabalho comunitário. Ela fez parte da diretoria da Accias onde participou do Projeto Qualidade Total. Fez parte da diretoria da Apae, do Clube de Pais do Santa Clara, participou da criação da associação do bairro do Centro. Trabalhou no projeto Junior Achievement da Federasul. Ocupou uma cadeira na Câmara de Vereadores, quando foi eleita vereadora em 2001, pelo Partido dos Trabalhadores. Atuou como Secretária de Administração em 2002. Desenvolveu, junto com três grandes amigas, o Espaço Despertar, que envolve terapias e estudos na área da física quântica. Criou um clube do livro e hoje é presidente da OAB Subseção de Getúlio Vargas, no segundo mandato. Na atualidade, atua na OAB buscando que todos os inscritos tenham meios de exercer a profissão com as mesmas armas. Está buscando meios de negociar e pressionar o Poder Judiciário para que preste um serviço jurisdicional de mais qualidade. Uma justiça lenta não é justa, disse ela. “Somos seres em constante transformação. Mas as escolhas diárias nos levam a ser quem somos. Não são os fatos externos que nos moldam, mas o que fazemos com eles. Então eu diria, não foram fatos que fizeram de mim o que sou hoje, mas a interpretação que lhes dei e as escolhas que fiz a partir daí.”, disse a homenageada.
* Lorian ines zanelato, indicada pela bancada do Partido Trabalhista Brasileiro – PTB, nasceu em 24 de outubro de 1968, tem seis irmãos, é filha de José e Elza Gysi. Em seu depoimento ela disse que teve uma infância maravilhosa com amigos brincadeiras típicas do interior, a família residia e Caravaggio. Muito nova já trabalhava na roça ajudando os pais e irmãos, e por isso cursou somente até a quarta série. Depois que seus filhos estavam criados, como ela mesma disse, Lorian voltou a estudar, fez supletivo e se formou Tecnóloga Ambiental. Quando jovem ajudava na comunidade como catequista e na liturgia. Lorian também participou de algumas lutas para que a mulher da roça fosse reconhecida como agricultura e como tal pudesse se aposentar e essa foi uma grande vitória. Desde cedo teve vários problemas de saúde algum alguns vencidos e outros que ainda fazem parte da sua vida. Ela disse que tudo tem um propósito e que desafios servem para o crescimento espiritual. Com esse pensamento ela vai vivendo um dia de cada vez.
Casada com Gilberto ela teve dois filhos, Felipe e Ricardo, que em suas palavras “juntos formaram uma fortaleza, são a base forte um do outro, é onde vivem com intensidade os momentos bons e ruins”. Lorian , juntamente com sua família, é empresária. No ano de 1989 começou a fabricar sorvete e mais tarde construiu a tão conhecida “Nevada”. Passados 33 anos, ela disse que na época não pensava que passaria tanto tempo trabalhando ali, pois os desafios foram enormes. A Nevada começou humilde sem piso sem janelas, aos poucos eles foram trabalhando e fazendo melhorias até que começaram a servir refeições. Seus filhos cresceram ali, participando do negócio desde pequenos, e em muitos momentos ajudando os pais. Até hoje seguem trabalhando juntos.
Talvez a grande batalha da sua vida, veio quando lorian teve câncer, chamado Glioma, um tumor cerebral, considerado incurável e que a dava poucos meses de vida. Desde o dia do diagnóstico já se passaram 17 anos. Nesta batalha contra o câncer, Lorian começou a participar de um grupo de pessoas com câncer onde há conversas sobre a doença, acontecem trocas de experiências. Com o passar do tempo o grupo de apoio aos portadores de câncer “Com a Vida de Novo” foi transformado e hoje acontecem muitas atividades voltadas para o bem estar da pessoa com câncer. São disponibilizadas perucas, cadeiras de roda, de banho, lenços. Lorian disse que faz esse trabalho voluntário com alegria porque acredita que Deus a deu mais uma chance, e por isso precisa fazer a diferença na vida das pessoas. E sim, Lorian acredita que foi Deus, inclusive os médicos consideram um milagre a sua sobrevivência e com poucas sequelas. Ela se considera uma pessoa feliz, batalhadora. Seus desafios? Ela os encara de frente e quando não consegue vencê-los vai convivendo com eles.