Câmara de Getúlio Vargas aprova moção de parabenização Comunidade Santo Antônio de Souza Ramos

por Andrei da Silveira Nardi publicado 30/05/2023 11h48, última modificação 30/05/2023 11h48

Na sessão da última quinta-feira (25 de maio), realizada de forma itinerante no distrito de Souza Ramos, foi aproada de forma unanime a Moção de Parabenização 004/2023. A Moção visa parabenizar a Comunidade Santo Antônio de Souza Ramos, que completa 100 anos em 2023. A Moção foi proposta pela vereadora Dianete Maria Rampazzo Dalla Costa (MDB).

História da comunidade

Antes do período de discussão da proposição, a vereadora leu um histórico da comunidade:

Cem anos da Capela Santo Antônio, Souza Ramos

Ao longo da segunda metade do século XIX, o governo imperial brasileiro através da lei de Terras incentivou a ocupação por colonos europeus do que antes era visto como um vazio demográfico. Neste processo, populações que viviam nas matas virgens do norte do Rio Grande do Sul foram expulsas para o recebimento das novas populações que vinham com o objetivo, entre outros, de realizar um branqueamento da população brasileira.

Entre as populações habitantes do que hoje é a comunidade de Souza Ramos, identifica-se a característica marcante da religiosidade, apesar dela se dar de formas diferentes entre as diversas etnias presentes neste território. Entre a população com maior influência africana, indígena e portuguesa, popularmente conhecida pela alcunha de “caboclos”, cita-se a realização da “Festa do Divino”, cuja origem antecede o surgimento da própria igreja católica de Santo Antônio, em Souza Ramos. Esta, por sua vez, foi inaugurada no ano de 1923, apesar de que relatos indicam que práticas tradicionais como a reza do terço já serem realizados nas casas dos imigrantes e descendentes europeus antes mesmo do início das obras da primeira igreja.

As igrejas representavam o início da reconstrução cultural. Assim, tornou-se uma característica da zona de colonização italiana, o grande número de igrejas e oratórios construídos ao longo das estradas e nas linhas coloniais, segundo MANFROI, 1975. Igreja, escola e bodega constituíam o espaço no entorno do qual se desenvolviam as atividades econômicas, sociais e culturais dos povoados constituídos majoritariamente por imigrantes ou descendentes de imigrantes europeus. Em Formigas, atualmente localidade de Souza Ramos, não foi diferente. Segundo o livro tombo número 1, que se encontra na Paróquia Imaculada Conceição, em Getúlio Vargas, consta a provisão a favor da capela Santo Antônio de Formigas, sendo o padre da época o Frei Gentil. A decisão de construir a primeira capela partiu de “Virgílio e Casemiro Chies, Francisco Gedoz, Guilherme Prigol, Barbizan, Santo Zanelatto, entre outros”, segundo entrevistas concedidas por José e Nilson Roider. O santo padroeiro, segundo a mesma fonte, teria sido escolhido por Virgílio Chies, e foi buscado nas Colônias Velhas (espaço que compreende as regiões próximas a Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Garibaldi, etc).

FONTE:

Tese de mestrado com o título “O GRANDE E VELHO ERECHIM: Ocupação e Colonização do Povoado de Formigas (1908-1960)”. GIARETTA, Jane Gorete Seminotti (2008).